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Drone submarino encontra réplica do Monstro do Lago Ness para o cinema

15 ABR 2016
15 de Abril de 2016

Depois de muitas décadas de folclore e pesquisas, o Monstro do Lago Ness foi encontrado, finalmente, por um drone submarino. Bem, na realidade, pesquisadores que procuravam o esconderijo de "Nessie" encontraram apenas uma versão fabricada para o cinema da fabulosa serpente marinha.

A réplica caiu ao fundo do lago escocês em 1969. Mas, mesmo assim, foi bacana. Criada para "A Vida Íntima de Sherlock Holmes", filme de Billy Wilder de 1970, a réplica de dez metros de comprimento foi encontrada pelos pesquisadores a 180 metros de profundidade, no leito do lago. Ela afundou durante a produção do filme, em 1969, e um novo "Nessie" foi criado para o longa, protagonizado por Christopher Lee e Robert Stephens.

Para a decepção dos crentes, não era a criatura marítima legendária real, que atrai multidões de turistas à Escócia desde a primeira vez em que foi avistada, em 1933. Embora sua existência seja vista amplamente como mito, mais de mil pessoas afirmam ter visto o monstro, segundo Adrian Shine, pesquisador chefe do projeto Lago Ness.

Pesquisadores da Kongsberg Maritime enviaram um robô para o fundo do lago, até uma área previamente inalcançada, em busca da chamada "Trincheira de Nessie", uma fenda que um operador de barco turístico declarou ter encontrado em janeiro. Quem sabe ela não seria o esconderijo da serpente marinha tão esquiva?

Mas não era. Dotado de tecnologia via sonar, normalmente usada em buscas de aviões e navios que afundaram no mar, o drone marinho não identificou qualquer anomalia ou abismo na área onde se supunha que houvesse a trincheira. Encontrou, porém, o velho boneco de "Nessie".

"O antro de 'Nessie' não existia", disse Shine em entrevista por telefone. "Mas o monstro do lago Ness, sim, de certo modo."

Boa parte do lago já foi examinada e nunca rendeu qualquer sinal de uma criatura que lembre um dinossauro, mas Shine disse que sempre há mais trabalho a ser feito. Sua pesquisa, que recebeu o nome de Operação Verdade Observada, passou da pesquisa das águas para a pesquisa do observador, estudando a percepção humana e se devemos ou não acreditar no que enxergamos com nossos próprios olhos.

Shine afirma que não acredita na existência do monstro. Mas ele e muitos outros continuam fascinados pela pergunta de o que "mil pessoas sóbrias e honestas" poderiam estar pensando ou enxergando quando alegaram ter visto um animal enorme no lago.

"É porque queremos que seja verdade", disse Shine. "Todos nós, mesmo os céticos como eu, ainda estamos tentando descobrir o que as pessoas enxergam."

Seja ela realidade ou não, a lenda atrai turistas há anos. O órgão de turismo VisitScotland, que subsidiou o projeto de busca no lago, afirma que "Nessie" vale cerca de US$ 85 milhões à economia escocesa. E faz tempo que é assim.

Em despacho de 1933, em tom sério, o "New York Times" divulgou: "Foi estimado algum tempo atrás que o desejo de turistas curiosos de entrevistar 'o monstro' colocou US$ 5.000 nos bolsos de comerciantes dotados de tino".

"A questão não é saber se alguma criatura legendária imensa, com 150 metros de comprimento, percorre o alto mar como as serpentes que estrangularam Laocoonte e seus filhos", prosseguiu o texto. "É se uma ou mais espécies de animais marinhos com, digamos, 15 metros de comprimento, raras porém reais, ainda habitam o oceano."

Foto: Danny Lawson/Associated Press

Matéria: Folha de São Paulo

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